Após um bom tempo sem postar nada hoje retorno a postar, vamos dar uma enfase na carta dos principios hoje estou postando novamente só que desta vez detalhado em seus aspectos conforme informações obtidas pelo o MTG RS, mesmo que se de algum modo não venha ser questão em testes acho eu importante termos conhecimento sobre o assunto.
CRIAÇÃO DA CARTA DE PRINCÍPIOS
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Bravos homens idealizaram um movimento de extrema
grandeza cultural, mas não imaginavam que suas idéias fossem tão bem aceitas e
difundidas rapidamente, que o fizesse grandioso também em número. Isto nada mais
fez do que confirmar quão glorioso foi esta idealização. Todo crescimento rápido
pode ter conseqüências desastrosas. Além disso, o governo e o exército tinham
naquele grupo de jovens certa desconfiança, pois exaltavam a Revolução
Farroupilha, seus mentores e conseqüentemente o “20 de setembro”, levando os
poderes constituídos a conclusões que pendiam para o lado revolucionário e
separatista.
Foi então que Glaucus Saraiva, considerado extremamente
inteligente e com a mente de certa forma avançada para a época, se sensibilizou
e, por ser muito reservado, fez de forma solitária um documento que, depois de
concluído, foi apresentado como sugestão a ser seguido pelos
tradicionalistas.
Tal documento foi de extrema importância, fazendo com
que o exército o enxergasse com outros olhos, percebendo que o movimento queria
andar lado a lado com os governantes. O Conselho Coordenador reconhecendo sua
importância para o bom prosseguimento do movimento, decidiu oficializar a Carta
de Princípios, que foi aprovada no 8 º Congresso Tradicionalista, realizado na
cidade de Taquara, de 20 à 23 de julho de 1961, no CTG O Fogão Gaúcho. A partir
deste momento ela começou a ser vista como uma lei a ser cumprida, causando uma
certa revolta nos gaúchos, que não aceitavam ser mandados, defendendo a idéia de
que gaúcho é macho, não recebe ordens de ninguém e é dono de suas próprias
razões.
Dentro do movimento, seus efeitos foram para nortear um
rumo a ser seguido, pois na época o que prevalecia eram as contradições, onde
cada CTG procurava inclinar-se para seu lado, fazendo com que não existisse
unanimidade.
Para o bom funcionamento era necessário e de fundamental
importância, um perfeito conhecimento e interpretação da mesma.
Aos poucos os gaúchos foram aceitando-a e começaram a
perceber que ela só ajudaria o movimento a crescer e que seu objetivo não era
obrigar e sim orientar. Hoje essa carta integra o Regulamento do Estatuto do MTG
e é a primeira diretriz aprovada no tradicionalismo. Até os dias de hoje a Carta
de Princípios continua, de um certo modo, de conhecimento restrito dentro do
movimento, tendo este prospecto sofrido sensíveis alterações nos últimos anos,
devido a importância dada pelo MTG, fazendo dela assunto de trabalhos
realizados, como este de hoje.
Seguindo as palavras do Senhor Ciro Dutra Ferreira e
Vilson de Souza, na época de sua criação um dos objetivos mais importantes foi o
art. XI, que trata do respeito as leis e os poderes públicos legalmente
constituídos, que fez com que o exército e o governo vissem com outros olhos
aquele grupo de jovens. E o mais importante nos dias de hoje é o art. XXIX que
valoriza e exalta o homem do campo. E dentro deste item salientou a importância
do surgimento dos laçadores urbanos, como exemplo, que trazem para a cidade uma
parte da realidade da vida rural.
Em poucas palavras podemos destacar como conclusão final
que, através da difusão e preservação da nossa cultura e de nossos valores
morais, temos a possibilidade de dar base a uma sociedade harmônica, colaborando
assim com o bem coletivo, o progresso e a evolução de um povo que tem como ideal
os princípios de Liberdade, Igualdade e Humanidade.
FONTE: 1º FÓRUM TRADICIONALISTA – 40 ANOS DA CARTA DE
PRINCÍPIOS
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ASPECTOS DA CARTA DE PRINCÍPIOS
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A carta de princípios do Movimento Tradicionalista
Gaúcho escrita por Glaucus da Fonseca e apresentada, primeiramente, no 7º
Congresso Tradicionalista, de 20 a 23 de Outubro de 1960, na cidade de Santo
Ângelo, no CTG “20 de Setembro” 3ª RT, tendo sido aceita pelos delegados. Na
ocasião, foi nomeada uma comissão para apreciar o conteúdo e apresentá-la por
ocasião do próximo Congresso. Assim, com parecer favorável, o documento foi
aprovado no 8º Congresso Tradicionalista, de 20 a 23 de outubro de1961,
realizado na cidade de Taquara/ 22ª RT, no CTG “Fogo de Chão”. Por deliberação
da 11ª Convenção Tradicionalista, realizada no ano de 1977, na cidade de Santana
do Livramento, o documento passou a constituir, na sua integra, o Art. 10 do
Regulamento do Movimento tradicionalista Gaúcho.
A carta de princípios é a primeira e principal diretriz
filosófica do Tradicionalismo, é o documento máximo a nortear e a orientar as
atividades do Movimento Tradicionalista Gaúcho, através das Regiões
Tradicionalistas e suas entidades filiadas.
Por ocasião do 36º Congresso Tradicionalista Gaúcho, de
10 a 13 de janeiro de 1991, no CTG “Júlio de Castilhos”, na cidade de Júlio de
Castilhos/ 9ª RT, Dinara Paixão e Adriana de Rosa Yop apresentaram e aprovaram a
proposta de realizar, por ocasião dos 30 anos do legado ideológico, um encontro
estadual para estudo e reavaliação da Carta de Princípios do MTG.
O referido aconteceu em Santa Maria, no DT “Querência
das Dores” nos dias 12, 13 e 14 de Julho de 1991. Sob a Coordenação de Dinara
Paixão, os trabalhos foram divididos em cinco grupos:
→Grupo 1: Aspectos Éticos;
→Grupo 2: Aspectos Cívicos;
→Grupo 3: Aspectos Culturais;
→Grupo 4: Aspectos estruturais;
→Grupo 5: Aspectos Filosóficos.
Dentre outras conclusões, os participantes decidiram
aprovar, por unanimidade, que: “ A Carta de Princípios do
Tradicionalismo é resultado de um momento de inspiração e qualquer modificação
no seu conteúdo, seria destruir seu valor, como símbolo já aceitos a longos
anos. É válida ainda hoje, a preocupação é viável a sua implantação no seio
Tradicionalista”. (Paixão, 1995, p. 110).
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SIGNIFICADO DOS ASPECTOS DO DOCUMENTO
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1- ASPECTOS ÉTICOS
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É a parte da Filosofia e da Teologia, também chamada de
Moral, cujo objeto, como ciência, são as leis ideais da verdade moral e, como
arte, as regras idôneas para governar, com acerto, a própria vida.
Ética constitui-se na reflexão do comportamento moral
dos homens, enquanto vivem na sociedade. É a reflexão, que propõem princípios
para a ação. A ação como base nesses princípios, torna-se ética. A moral é a
aplicação de princípios ou normas de comportamento humano. Todos os grupos
humanos preservam seus valores fundamentais, transformando-os em normas, que
devem ser seguidas por todos seus membros. A reflexão ética é o ato de repensar
as normas e com estes princípios são aplicados ao comportamento humano devendo
elevar e realizar a condição humana e a própria natureza.
Os aspectos éticos da Carta de Princípios são:
Art. 3º- Promover no seio do povo, uma retomada
de consciência dos valores morais do gaúcho.
Art. 12- Evitar todas formas de vaidade e
personalismo.
Art. 13- Evitar toda e qualquer manifestação
individual ou coletiva, movida por interesses subterrâneos de natureza política,
religiosa ou financeira.
Art. 14- Evitar atitudes pessoais ou coletivas,
que deslustrem e venham em destrimento dos princípios da formação moral do
gaúcho.
Art. 15- Evitar que núcleos tradicionalistas
adotem nomes de pessoas vivas.
Art. 16- Repudiar, enfim, todas as manifestações
e formas negativas de exploração direta ou indireta do Movimento
Tradicionalista.
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2- ASPECTOS CÍVICOS
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Civismo não é o simples ensinamento de regras de
comportamento, mas é a atuação consciente e esclarecida do cidadão, no seio da
comunidade, através do cumprimento dos seus deveres de cidadania e do seu
esforço em contribuir para o progresso e engrandecimento de sua Pátria.
A vivência do civismo se processa em círculos
concêntricos, cujos perímetros vão desde o lar, passando pela vizinhança,
bairro, cidade, país e mundo, abrangendo, em cada um dos círculos, uma série de
relações humanas, cada vez mais amplas e mais gerais. É no lar. No seio da
família, que começa a ser formado o ser cidadão consciente de seus deveres e dos
seus direitos. Somente a educação bem conduzida, formativa ao invés de
informativa, pode proporcionar ao indivíduo, condições de discernimento, que lhe
permitam vencer a tendência natural ao egoísmo à imitação e á massificação,
levando-o a realizar, de maneira mais plena e mais perfeita, a perfeita, à
própria personalidade, fermento benéfico, que influirá sobre os outros
indivíduos, concorrendo para um melhor nível intelectual, espiritual e moral da
humanidade.
São os seguintes itens do aspecto cívico da Carta de
Princípios:
Art. 2º- Cultuar e difundir a nossa história,
nossa formação social, nosso Folclore, enfim, nossa tradição, como substância
basilar de nacionalidade.
Art. 23- Comemorar e respeitar as datas
efemérides e vultos nacionais e particularmente, o dia 20 de setembro, como data
máxima do Rio Grande do Sul.
Art. 24- Lutar para que seja instituído,
oficialmente, o dia do gaúcho, em paridade de condições com o “Dia do Colono” e
outros “dias” respeitados publicamente.
Art. 26- Revalidar e reafirmar os valores
fundamentais de nossa formação, apontando às novas gerações rumos definidos de
cultura, civismo e nacionalidade.
Art. 27- Procurar o despertamento de consciência
para o espírito cívico de cada unidade e amor á Pátria.
Art. 29- Buscar, finalmente, a conquista de um
Estágio de força social, que lhe dê ressonância nos Poderes Públicos e nas
classes rio-grandense para atuar real poderosa e eficientemente, no levantamento
dos padrões de moral e de vida do nosso Estado, rumando, fortalecido, para o
campo e o homem rural, suas raízes primordiais, cumprindo, assim, sua alta
destinação histórica em nossa Pátria.
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3- ASPECTOS CULTURAIS
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Segundo as ciências humanas, cultura tem duplo sentido:
um subjetivo e outro objetivo. O sentido subjetivo de cultura, conota a idéia de
um alto grau de desenvolvimento das capacidades intelectuais do homem.
No sentido objetivo, cultura refere-se a todo o conjunto
de criações, pelas quais o espírito humano marcou sua presença na história.
Segundo a objetividade, o termo cultura é um fenômeno essencialmente social,
criado pelo grupo, por ele transmitido no tempo, de geração à geração, e
difundido no espaço, propiciando as combinações mais ricas e complexas dos
fenômenos de aculturação.
São os Seguintes aspectos culturais da Carta de
Princípios:
Art. 4º- Facilitar e cooperar com a evolução e o
progresso, buscando a harmonia social, criando a consciência do valor coletivo,
combatendo o enfraquecimento da cultura comum e a desagregação que daí
resultado.
Art. 6º- Preservar nosso patrimônio sociológico
representado, principalmente, pelo linguajar, vestimenta, arte culinária, forma
de lides e artes populares.
Art. 8º- Estimular e incentivar o processo
aculturativo do elemento imigrante e seus descendentes.
Art. 19- Influir na literatura, artes clássicas
e populares e outras formas de expressão espiritual de nossa gente, no sentido
de que se voltem para os temas nativistas.
Art. 20- Zelar pela pureza e fidelidade de
nossos costumes autênticos, combatendo todas as manifestações individuais ou
coletivas, que artificializem ou descaracterizem as nossas coisas tradicionais.
Art. 28- Pugnar pela fraternidade e maior
aproximação dos povos americanos.
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4- ASPECTOS ESTRUTURAIS
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O indivíduo é um ser eminente social, logo vive em
sociedade, onde desempenha uma série de papéis, de funções, junto aos grupos
sociais, junto aos grupos permanentes, cujos papéis persistem independentemente
de tal ou qual pessoa. Por isso, podemos afirmar que os papéis são mais
estáveis, que os próprios ocupantes. Os grupos e os papéis são definidos e
delimitados por meio de normas, cuja interação social, não depende só dos
padrões normativos, mas podemos dizer que os papéis e grupos de diversos tipos
são partes de uma Estrutura Social, na medida em que a estabilidade,
regularidade e repetição na interação social se devem a normas sociais, que
definem as funções e obrigações dos indivíduos e grupos.
A estrutura social inclui os seguintes elementos:
→ papéis de vários tipos, dentro da sociedade ou dentro
de cada grupo, cada papel relacionado com outros, através de normas;
→ grupos de diversos tipos, coordenados entre si por
normas reguladoras;
→ normas que dirigem os grupos e papéis;
→ valores culturais.
As normas e valores tendem a se cristalizar em cada
sociedade, em sistemas institucionais dotados de certa estabilidade que garantem
a sua permanência, não obtendo as modificações eventuais de detalhes que
ocorram.
São os seguintes aspectos estruturais da Carta de
Princípios:
Art. 1º- Auxiliar o Estado na solução de seus
problemas fundamentais e na conquista do bem coletivo.
Art. 11- Acatar e respeitar as leis e os poderes
públicos legalmente constituídos, enquanto se mantiverem dentro dos princípios
do regime democrático vigente.
Art. 17- Prestigiar e estimular quaisquer
iniciativas que, sincera e honestamente, queiram perseguir objetivos correlatos
com os do tradicionalismo.
Art. 21- Estimular e amparar as células que
fazem parte de seu organismo social.
Art. 22- Procurar penetrar e atuar nas
instituições públicas e privadas, principalmente nos colégios e o seio do povo,
buscando conquistar para o MTG a boa vontade e a participação dos representantes
de todas classes e profissões.
Art. 29- Buscar, finalmente, a conquista de um
estágio de força social, que lhe dê ressonância nos Poderes Públicos e nas
Classes Rio- grandenses, para atuar real, poderosa e eficientemente, no
levantamento dos padrões morais de vida do nosso Estado, rumando fortalecido
para o campo e o homem rural, suas raízes primordiais, cumprindo assim, sua alta
destinação histórica em nossa Pátria.
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5- ASPECTOS FILOSÓFICOS
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A Filosofia é a ciência geral do conhecimento das coisa
por suas causas ou primeiros princípios. É o sistema de princípios, que tem por
objeto agrupar uma certa ordem de fatos para explicar, cada um dos sistemas
particulares de filosofia; doutrina filosófica.
São os seguintes aspectos filosóficos da Carta de
Princípios:
Art. 5º- Criar barreiras aos fatores e idéias,
que nos vêm pelos veículos normais de propaganda e que sejam diametralmente
opostos ou antagônicos aos costumes e pendores naturais do nosso povo.
Art. 7º- Fazer de cada CTG um núcleo transmissor
da herança social e através de reações emocionais etc.; criar, em nossos grupos
sociais uma unidade psicológica, com modos de agir e pensar coletivamente,
valorizando e ajustando o homem ao meio, para a reação em conjunto frente aos
problemas comuns.
Art. 9º- Lutar pelos direitos humanos de
liberdade, igualdade e humanidade.
Art. 10- Respeitar e fazer respeitar seus
postulados iniciais, que têm como característica essencial absoluta
independência de sectarismo político, religioso e racial.
Art. 18- Incentivar, todas formas de divulgação
e propaganda, o uso sadio dos autênticos motivos regionais.
Art. 25- Pugnar pela independência psicológica e
ideológica do nosso povo.
Fonte: MTG - RS
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