sexta-feira, 6 de julho de 2012

Vamos Estudar 7.º Capitulo

Capitulo 7.º – A formação do gaúcho 



A formação do gaúcho

       O gaúcho não é um tipo ético racial, fruto do cruzamento eventual de portugueses e espanhóis como os índios do Cone Sul da América. Houve gaúchos autênticos que foram portugueses. Outros, espanhóis, outros, ainda índios puros, guaranis ou m’baias. Alguns foram negros. No Rio Grande do Sul são conhecidos, ao longo da historia, gaúchos de sangue alemão, italiano e até mesmo judeus, “em Erechim” e gaúchos descendentes de árabes.   O que definia e caracterizava o gaúcho no passado, era seu modo de viver, seus usos e costumes, sua cultura, tais itens ditados pela sua atividade principal: as lides de gado. O gaúcho, embora resultante de condições micológicas, não surgiu por acaso. Em 1534 Martim Afonso de Souza trouxe para a capitania de São Vicente touros e vacas cuja descendência, mais tarde, será contrabandeada para o Paraguai e, finalmente, em 1634 virá para o Rio Grande do Sul trazida pelo padre jesuíta Cristóvão de Mendoza.  Animais de vacuns e cavalares, nas pastagens ideais do pampa, se reproduziram com facilidade, formando extensos rebanhos, os quais terminaram atraindo a atenção dos mercados manufatureiros na Europa Central, dependentes  do couro e da graxa vacuns. Barcos  e frotas  sob as ordens dos reis europeus ou francamente de piratas entravam pelo Rio da Prata em busca deste produto. Ficaram famosas as Vacarias do Mar (território hoje pertencente ao Uruguai) cujo epicentro era a Colônia do Santíssimo Sacramento. Os homens que iam para as vacarias caçar o gado para extrair- lhe o couro e o sebo eram aventureiros espanhóis ou portugueses, gente sem rei nem roque, que vieram “fazer América”, muitas vezes pró fugas da justiça do Rei, desertores da marinha e do exercito, mas sempre homens de coragem e decisão, fortes e resistentes, habituados ao usos de armas.  O cavalo foi introduzido nesta região da América por Dom Pedro de Mendoza em 1536, prontamente caindo em poder dos índios pampianos alguns exemplares.  A miscigenação base para a formação    A miscigenação aconteceu, primeiramente, com índios de várias tribos, e posteriormente, com negros e europeus.  Os índios minuanos eram povos nômades, os tapes viviam no litoral e, às margens da Lagoa dos Patos eles sobreviviam basicamente da pesca. Os guaranis viviam em grupos maiores de 200 a 300 membros, vindos ainda da região que hoje é o Estado do Paraná, plantavam para comer e tomavam o chimarrão.  Os portugueses vindos da ilha dos Açores se espalharam pelo litoral então catarinense, ainda seguindo para a região mais ao sul hoje litoral gaúcho instalando-se na hoje, cidade de Porto Alegre e Viamão.  Os espanhóis, durante expansão espanhola sobre o território contribuíram culturalmente na época das chamadas Missões Jesuítas.  O negro trazido durante o período colonial, contribuiu nas charqueadas do Rio Grande do Sul, no Ciclo da Erva-Mate no Paraná e nas armações Baleeiras de Santa Catarina e ainda sendo contingente militar na Revolução Farroupilha e Guerra do Paraguai.   Os colonos alemães, vindos no século XIX, introduzindo na região sul técnicas agrícolas e seus costumes.  Os italianos vindo após a Revolução Farroupilha, povoando a área serrana, contribuindo com vinho e costumes próprios.  Tropeiros paulistas também contribuíram para a formação ética do povo sulino, durante o Ciclo do ouro, quando a necessidade de carne e animais de carga para a região das Gerais se fazia necessária.

 O termo “gaúcho”   

 O “gaúcho” ainda é termo erroneamente, mas comumente utilizado para substituir a nomenclatura dos sul-rio-grandenses (pessoas nascidas no Estado do Rio Grande do Sul)  Hoje “ser gaúcho” é um estado de espírito, cultuando costumes, cultura e o tradicionalismo, resultado da disseminação entre os estados da região sul do Brasil, e ainda de povos de outros países da região pampiana do cone sul do continente, estes localizadas na região do Prata: Uruguai e Argentina.   

Próximo Capítulo... ( Tradicionalismo Gaúcho )

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