quinta-feira, 19 de julho de 2012

Vamos Estudar 9.º Capitulo Parte 2

 9.º Capitulo Parte 2 - Carta dos Principios


CARTA DE PRINCÍPIOS DO TRADICIONALISMO GAÚCHO





          A "Carta de Princípios" atualmente em vigor foi aprovada no VIII Congresso Tradicionalista, levado à efeito no período de20 a 23 de julho de 1961, em Taquara, e fixa os seguintes objetivos do Movimento Tradicionalista Gaúcho:

I.  Auxiliar o Estado na solução dos seus problemas fundamentais e na conquista do bem coletivo.
II.  Cultuar e difundir nossa História, nossa formação social, nosso folclore, enfim, nossa Tradição, como substânciabasilar da nacionalidade.
III.  Promover, no meio do nosso povo, uma retomada de consciência dos valores morais do gaúcho.
IV.  Facilitar e cooperar com a evolução e o progresso, buscando a harmonia social, criando a consciência do valor coletivo, combatendo o enfraquecimento da cultura comum e a desagregação que daí resulta.
V.  Criar barreiras aos fatores e idéias quenos vem pelos veículos normais de propaganda e que sejam diametralmente opostos ou antagônicos aos costumes e pendores naturais do nosso povo.
VI.  Preservar o nosso patrimônio sociológicorepresentado, principalmente, pelo linguajar, vestimenta, arte culinária, forma de lides e artes populares.
VII.  Fazer de cada CTG um núcleo transmissor daherança social e através da prática e divulgação dos hábitos locais, noção de valores, príncipios morais, reações emocionais, etc.; criar em nossos grupossociais uma unidade psicológica, com modos de agir e pensar coletivamente, valorizando e ajustando o homem ao meio, para a reação em conjunto frente aos problemas comuns.
VIII.  Estimular e incentivar o processo aculturativo do elemento imigrante e seus descendentes.
IX.  Lutar pelos direitos humanos de Liberdade, Igualdade e Humanidade.
X.  Respeitar e fazer respeitar seus prostulados iniciais, que têm como característica essencial a absoluta independência de sectarismos político, religioso e racial.
XI.  Acatar e respeitar as leis e poderes públicos legalmente constituídos, enquanto se mantiverem dentro dos princípiosdo regime democrático vigente.
XII.  Evitar todas as formas de vaidade e personalismo que buscam no Movimento Tradicionalista veículo para projeção em proveito próprio.
XIII.  Evitar toda e qualquer manifestação em proveito próprio.
XIV.  Evitar atitudes pessoais ou coletivas que deslustrem e venham em etrimento dos princípios da formação moral do gaúcho.
XV.  Evitar que núcleos tradicionalistas adotem nomes de pessoas vivas.
XVI.  Repudiar todas as manifestações e formasnegativas de exploração direta ou indireta do Movimento Tradicionalista.
XVII.  Prestigiar e estimular quaisquer iniciativas que, sincera e honestamente, queiram perseguir objetivos correlatoscom os do tradicionalismo.
XVIII.  Incentivar, em todas as formas de divulgação e propaganda, o uso sadio dos autênticos motivos regionais.
XIX.  Influir na literatura, artes clássicas e populares e outras formas de expressão espiritual de nossa gente, no sentido de que se voltem para os temas nativistas.
XX.  Zelar pela pureza e fidelidade dos nossos costumes autênticos, combatendo todas as manifestações individuais ou coletivas, que artificializem ou descaracterizem as nossas coisas tradicionais.
XXI.  Estimular e amparar as células que fazem parte de seu organismo social.
XXII.  Procurar penetrar a atuar nas instituições públicas e privadas, principalmente nos colégios e no seio do povo, buscando conquistar para o Movimento Tradicionalista Gaúcho a boa vontade e a participação dos representantes de todas as classes e profissões dignas.
XXIII.  Comemorar e respeitar as datas, efeméridese vultos nacionais e, particularmente o dia 20 de setembro, como data máxima do Rio Grande do Sul.
XXIV.  Lutar para que seja instituído, oficialmente, o Dia do Gaúcho, em paridade de condições com o Dia do Colono e outros "Dias" respeitados publicamente.
XXV.  Pugnar pela independência psicológica e ideológica do nosso povo.
XXVI.  Revalidar e reafirmar os valores fundamentais da nossa formação, apontando às novas gerações rumos definidos de cultura, civismo e nacionalidade.
XXVII.  Procurar o desportamento da consciência para o espírito cívico de unidade e amor à Pátria.
XXVIII.  Pugnar pela fraternidade e maior aproximação dos povos americanos.
XXIX.  Buscar, finalmente, a conquista de um estágio de força social que lhe dê ressonância nos Poderes Públicos e nas Classes Rio-Grandenses para atuar real, poderosa e eficientemente, no levantamentodos padrões de moral e de vida do nosso Estado, rumando, fortalecido, para o campo e homem rural, suas raízes primordiais, cumprindo, assim, sua alta destinação histórica em nossa Pátria. 

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Vamos Estudar 9.º Capitulo Parte 1

Capítulo 9.º   ENTIDADES: CTG, MTG Estaduais e Confederação.

Estrutura do Centro de Tradição Gaúcho – CTG

     Define-se: Centro de Tradição Gaúcha - CTG como uma sociedade civil, de fins não econômicos, com número ilimitado de sócios e estruturada, inclusive quanto ao simbolismo, de acordo com a forma adotada nas origens do movimento tradicionalista gaúcho, tendo como finalidade a aplicação, em seu âmbito associativo e na sua área de influência, dos princípios e objetivos, publicados na Carta de Princípios do Movimento Tradicionalista Gaúcho. De acordo com este simbolismo, a estrutura administrativa dos Centros de Tradições Gaúchas obedece à seguinte nomenclatura: A Diretoria, o Conselho e os Departamentos são designados, respectivamente, por: Patronagem , Conselho de Vaqueanos e Invernadas.

Os membros da Patronagem (Diretoria) denominam-se:

Patrão (Presidente)
Capataz (Vice-Presidente)
Sota-Capataz (Secretário)
Agregado das Pilchas (Tesoureiro)
Agregado das Falas (Orador)
Os diretores das Invernadas ( Posteiros)
Os conselheiros (Vaqueanos)
Os sócios efetivos  (Peõese e  Prendas)

As reuniões dos CTG’s denominado-as simbolicamente de:

Charla - Reunião administrativa, especialmente da Patronagem, mas poderá ser aplicadas também as do Conselho de Vaqueanos;
Chimarrão - Reunião de confraternização dos sócios entre si e destes com a Patronagem, que faz uma prestação de contas, informa e dá esclarecimento sobre o andamento das atividades do C.T.G.;
Chimarrão Festivo - Reunião na forma da alínea anterior, porém acrescida de atividades artístico-culturais, com a participação de convidados especiais ou abertas ao público;
Ronda -Vigília cívica levada a efeito diariamente, durante as comemorações da Semana Farroupilha, nos locais onde arde a  Chama Crioula, complementada, geralmente, com apresentações artísticas e culturais;
Fandango - Baile animado com música regional gauchesca, em que somente participam das danças pessoas tipicamente trajadas com vestimenta gaúcha;
Lida - Reunião de trabalho que pode ser geral ou abranger determinados setores como Secretaria, Tesouraria ou Invernada.
Tropeadas -  As excursões oficiais dos Centros de Tradições Gaúchas são designadas.
Peão Caseiro - A pessoa encarregada de zelar pela conservação e manutenção das dependências do C.T.G. se for remunerado, não poderá fazer parte dos órgãos diretivos da entidade. 
Condição de Ajuste - A Condição de Ajuste simboliza a contratação de um peão pelo patrão da estância e poderá ser adotada, nos Centros de Tradições Gaúchas, como modalidade de promover um sócio de contribuinte a efetivo. A Condição de Ajuste se constituirá numa prova, que poderá ser prática ou teórica e versará sobre qualquer tema da cultura gauchesca, inclusive da área campeira, ficando a escolha a critério do candidato.A Condição de Ajuste, conforme a natureza da prova escolhida pelo candidato, poderá ser apresentada em festa social ou campeira, em recinto fechado ou ao ar livre.

Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG



  Defini-se  Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG como uma sociedade civil, sem fins lucrativos, constituindo-se na Federação dos Centros de Tradições Gaúchas – CTG’s e entidades afins, localizados no território estadual a qual esta entidade de cume estadual representa.
  O MTG tem por objetivo congregar os CTG’s , Piquetes e entidades afins e preservar o núcleo da formação gaúcha e a filosofia do movimento tradicionalista, decorrente da sua Carta de Princípios e expressa nas decisões dos Congresso Tradicionalistas. Compete, ainda, ao MTG, preservar as expressões "Movimento Tradicionalista Gaúcho" e "Centro de Tradições Gaúchas", bem como as siglas "MTG" e "CTG", evitando o uso inadequado das mesmas e a sua utilização na denominação de entidades não identificadas com os objetivos do Movimento Tradicionalista Gaúcho.
  O MTG não exerce qualquer atividade política-partidaria ou religiosa, nem estabelece distinção entre seus membros por questões de raça, credo ou posição social, e ainda pregam estes conceitos as entidades filiadas.

Confederação Brasileira daTradição Gaúcha - CBTG

  Define-se Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha – CBTG como Entidade Maior do Movimento Tradicionalista Gaúcho Brasileiro, cuja essenciabilidade é valorizar organizar, defender
promover e representar as tradições e a cultura gaúcha, se caracterizando como uma sociedade civil, sem fins lucrativos. Foi fundada em 24 de Maio de 1987, e é constituída porum conjunto de Entidades similares (MTG’s entre outras) associadas e organizadas num sistema Confederativo distribuído pelo território nacional.
 Confederação Internacional da Tradição Gaúcha - CITG
Define-se Confederação Internacional da Tradição Gaúcha – CITG
como entidade internacional abrangente nas três pátrias Argentina,
Brasil e Uruguai.
Outras entidades estaduais

Continua....



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Vamos Estudar 8.º Capitulo

Capítulo 8.º   Tradicionalismo Gaúcho


     A Historia do Tradicionalismo Gaúcho  

       A história do Tradicionalismo nos leva ao tempo em que o primeiro Gaúcho foi obrigado a deixar a campanha para viver na cidade, dando assim continuidade a tradição.  Esse gaúcho teve saudade do seu cavalo, da liberdade sem fim dos campos, da vida campeira, do chimarrão e do churrasco, Então, mesmo na cidade, ele continuou a comer churrasco e tomar mate, a usar expressões, ditados e palavras que aprendera na Campanha. Fez versos e poesias falando com amor nos usos e costumes campeiros, assim surgindo escritores, poetas; tudo isso era tradição, mas não ainda Tradicionalismo.  Foi em 1894 que o uruguaio Elias Regules, com outro companheiros, fundou em Montevidéu uma associação que recebeu o nome de “La Criolla” para defender os valores que o homem uruguaio receberá do gaúcho e que estavam ameaçados de desaparecimento diante dos modernismos e da invasão de culturas estrangeiras na época. "Lá Criolla” foi então o primeiro marco do Tradicionalismo.  Em Porto Alegre, o major do Exército João Cezimbra Jacques, nascido em Santa Maria, estudioso com conhecimentos profundos sobre o trabalho diversões e costumes do Gaúcho Rio - Grandense, tomou conhecimento do feito do uruguaio Elias Regules, e se interessou e com auxilio de outros estudiosos da causa, fundaram em 1898 na cidade de Porto Alegre, o Grêmio Gaúcho. Depois deste outras entidades similares surgiram em outras cidades, mas até que alguns alunos do Colégio Júlio de Castilhos e Rosário, de Porto Alegre, resolveram escoltar a cavalo pelas ruas da capital os restos mortais do general David Canabarro, que estavam sendo transladados de Santana do Livramento. Os rapazes eram de várias cidades gaúchas, gente da Campanha, que em Porto Alegre sentia saudade dos pagos e nas horas vagas recitavam versos dos poetas regionalistas e tocavam violão. Em 24 de abril de 1948, no porão da residência da família Simch, na rua Duque de Caxias, hoje grande edifício, eles fundaram o “35” Centro de Tradições Gaúchas, hoje na avenida Ipiranga, 5200. Assim surge o primeiro Centro de Tradições Gaúchas do Rio Grande do Sul. Entre os fundadores estavam: Glaucus Saraiva, Barbosa Lessa, Paixão Cortes, Ciro Dutra Ferreira, Flávio ramos, Flávio Damm, Mario vieira, Cândido da Silvia Neto, Laerte Vieira Simch e Waldomiro Souza, o único com  mais de 20 anos. G. Saraiva criou a estrutura interna do “35” CTG em termos campeiros: o presidente foi nomeado de “Patrão” o vice ficou “Capataz”, o secretário “Sota- capataz”, diretores de departamentos “Posteiros”, o responsável pelo galpão “Peão Caseiro”, o orador : “Agregado das Falas”, o mestre de cerimônias “Agregado das Pilchas”. Também foram criados departamentos internos nomeados “Invernadas”: Invernada Mirim, Invernada Social, Invernada Cultural, Invernada Artística entre outras. Assumiu como primeiro Patrão Glaucus Saraiva e como Patrão de Honras Paixão Cortes. Os jornais e rádios deram amplo apoio à iniciativa, a noticia espalhou-se gerando admiração assim dando oportunidade do surgimento de outros Centro de Tradições Gaúchas e bem posteriormente o Movimento Tradicionalista Gaúcho.  Uma visita do “35” CTG ao Uruguai após presenciar apresentações folclóricas de danças  da associação nativista “El Pericón” sentiram a necessidade da pesquisa folclórica , sendo assim Barbosa Lessa e Paixão Cortes visitando os mais longínquos rincões do Estado, conversando entre os mais velhos habitantes começaram a recopnhecer e a registrar danças, cantigas e musicas que pareciam a muito tempo sepultadas no esquecimento. Essas danças gaúchas são as que todos os CTG’s reinterpretam até hoje em festas tradicionalistas e festivais estaduais de tradição gaúcha. Com a migração gaúchas a outros estados brasileiros, a cultura também migrou, assim surgindo CTG’s em outros estados como Santa Catarina , Paraná posteriormente em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso. Com o surgimento de CTSg’s nestes estados surgiu a necessidade da criação de “MTG Estaduais” dividindo assim o estado a qual pertence em “Regiões Tradicionalistas” aos mesmo moldes  dos do Rio Grande do Sul. Hoje o Tradicionalismo Gaúcho esta entre o três movimentos sócio-culturais mais disseminados do mundo, há registro de entidades na Europa, Estados Unidos e Japão.

Próximo Capitulo... (Entidades)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Vamos Estudar 7.º Capitulo

Capitulo 7.º – A formação do gaúcho 



A formação do gaúcho

       O gaúcho não é um tipo ético racial, fruto do cruzamento eventual de portugueses e espanhóis como os índios do Cone Sul da América. Houve gaúchos autênticos que foram portugueses. Outros, espanhóis, outros, ainda índios puros, guaranis ou m’baias. Alguns foram negros. No Rio Grande do Sul são conhecidos, ao longo da historia, gaúchos de sangue alemão, italiano e até mesmo judeus, “em Erechim” e gaúchos descendentes de árabes.   O que definia e caracterizava o gaúcho no passado, era seu modo de viver, seus usos e costumes, sua cultura, tais itens ditados pela sua atividade principal: as lides de gado. O gaúcho, embora resultante de condições micológicas, não surgiu por acaso. Em 1534 Martim Afonso de Souza trouxe para a capitania de São Vicente touros e vacas cuja descendência, mais tarde, será contrabandeada para o Paraguai e, finalmente, em 1634 virá para o Rio Grande do Sul trazida pelo padre jesuíta Cristóvão de Mendoza.  Animais de vacuns e cavalares, nas pastagens ideais do pampa, se reproduziram com facilidade, formando extensos rebanhos, os quais terminaram atraindo a atenção dos mercados manufatureiros na Europa Central, dependentes  do couro e da graxa vacuns. Barcos  e frotas  sob as ordens dos reis europeus ou francamente de piratas entravam pelo Rio da Prata em busca deste produto. Ficaram famosas as Vacarias do Mar (território hoje pertencente ao Uruguai) cujo epicentro era a Colônia do Santíssimo Sacramento. Os homens que iam para as vacarias caçar o gado para extrair- lhe o couro e o sebo eram aventureiros espanhóis ou portugueses, gente sem rei nem roque, que vieram “fazer América”, muitas vezes pró fugas da justiça do Rei, desertores da marinha e do exercito, mas sempre homens de coragem e decisão, fortes e resistentes, habituados ao usos de armas.  O cavalo foi introduzido nesta região da América por Dom Pedro de Mendoza em 1536, prontamente caindo em poder dos índios pampianos alguns exemplares.  A miscigenação base para a formação    A miscigenação aconteceu, primeiramente, com índios de várias tribos, e posteriormente, com negros e europeus.  Os índios minuanos eram povos nômades, os tapes viviam no litoral e, às margens da Lagoa dos Patos eles sobreviviam basicamente da pesca. Os guaranis viviam em grupos maiores de 200 a 300 membros, vindos ainda da região que hoje é o Estado do Paraná, plantavam para comer e tomavam o chimarrão.  Os portugueses vindos da ilha dos Açores se espalharam pelo litoral então catarinense, ainda seguindo para a região mais ao sul hoje litoral gaúcho instalando-se na hoje, cidade de Porto Alegre e Viamão.  Os espanhóis, durante expansão espanhola sobre o território contribuíram culturalmente na época das chamadas Missões Jesuítas.  O negro trazido durante o período colonial, contribuiu nas charqueadas do Rio Grande do Sul, no Ciclo da Erva-Mate no Paraná e nas armações Baleeiras de Santa Catarina e ainda sendo contingente militar na Revolução Farroupilha e Guerra do Paraguai.   Os colonos alemães, vindos no século XIX, introduzindo na região sul técnicas agrícolas e seus costumes.  Os italianos vindo após a Revolução Farroupilha, povoando a área serrana, contribuindo com vinho e costumes próprios.  Tropeiros paulistas também contribuíram para a formação ética do povo sulino, durante o Ciclo do ouro, quando a necessidade de carne e animais de carga para a região das Gerais se fazia necessária.

 O termo “gaúcho”   

 O “gaúcho” ainda é termo erroneamente, mas comumente utilizado para substituir a nomenclatura dos sul-rio-grandenses (pessoas nascidas no Estado do Rio Grande do Sul)  Hoje “ser gaúcho” é um estado de espírito, cultuando costumes, cultura e o tradicionalismo, resultado da disseminação entre os estados da região sul do Brasil, e ainda de povos de outros países da região pampiana do cone sul do continente, estes localizadas na região do Prata: Uruguai e Argentina.   

Próximo Capítulo... ( Tradicionalismo Gaúcho )

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Chama Crioula



LOGO 2012

A Chama Crioula nasceu em 1947


No Rio Grande do Sul, esse fogo simbólico é representado pela Chama Crioula, que nasceu no ano de 1947, em um momento conturbado da historia Brasileira e mundial. Era um período em que os Estados Unidos da América, que havia tirado vantagens da 2ª grande guerra, ditava a moda como centro irradiador das grandes novidades mundiais, espalhando seu capital, seu prestigio, mas principalmente sua cultura que era de “mudar”, “evoluir”, “desenvolver” reproduzir o modismo lançado que invadia a América.

Era o ano de 1947, quando é criado em Porto Alegre, no Colégio Júlio de Castilhos um Departamento de Tradições Gaúchas, com o objetivo de resgatar, preservar e proporcionar a revitalização das coisas tradicionais do Rio Grande do Sul, através da historia gaúcha. Naquele momento, um grupo de jovens ginasianos deste colégio, não ficaram sentados assistindo culturas alternativas invadirem o cerne cultural de nosso estado, e numa atitude de muita responsabilidade, oficiaram o presidente da Liga de Defesa Nacional, manifestando o desejo de fazer o acompanhamento dos restos mortais do General Farroupilha, David Canabarro, que era transladado ao Panteão riograndense, de à cavalo. Uma vez aceito pela Liga de Defesa, o mais difícil foi arregimentar cavalarianos para cumprirem o ato, onde podemos verificar que usar indumentária gaúcha naquele período era quase um “crime” perante a sociedade.

Sete de setembro de 1947, os oito jovens liderados por João Carlos D’Avilla Paixão Cortes, fizeram o primeiro desfile nas comemorações da semana da Pátria . Da pira, foi retirada uma centelha do Fogo Simbólico, acendendo o candeeiro crioulo e guardado no Colégio Julio de Castilhos, dando origem à nossa Chama Crioula, que simboliza o apego do gaúcho à sua terra, o seu nativismo, seu telurismo....

Chama Crioula no Rio Grande do Sul - Levantamento:

2001 - Guaíba, na fazenda de Gomes Jardim
2002 - Santa Maria, no centro do estado
2003 - Camaquã, na Chácara das Aguas Belas, de Barbosa Lessa
2004 - Erechim, no Recanto dos Tauras
2005 - Viamão, cidade fundamental na história do RS
2006 - São Gabriel, na Sanga da Bica, onde tombou Sepé Tiarayú
2007 - São Nicolau, 1ª redução e um dos 7 povos das missões
2008 - São Leopoldo, Terra de Colonização Alemã
2009 - São Lourenço, no casarão de Ana, irmã de Bento Gonçalves
2010 - Itaqui, o acendimento volta para a fronteira
2011 - Taquara, cinquentenário da Carta de Princípios
2012 - Venancio Aires - Capital Nacional do Chimarrão

Homeopatia Campeira

     Bom queremos  "Ressaltar" que não estamos incentivando o uso da homeopatia ou  o não uso da medicina, visto que a saúde não é apenas a ausência de doença. Consiste no bem-estar físico, mental, psicológico e social do indivíduo. É um estado cumulativo, que deve ser promovido durante toda a vida, de maneira a assegurar-se de que seus benefícios sejam integralmente desfrutados em dias posteriores, somente estamos demostrando  os costumes antigos que até hoje em muitos lugares de nosso estado são usado, a Medicina Campeira.



Medicina Campeira

ALCACHOFRA
Artemisia alba: contém muito ferro e cálcio. Repõe os sais minerais do organismo. Usam-se as folhas da base da planta. O chá é tônico, diurético, preventivo e curativo das afecções do fígado, da bílis estômago, rins e bexiga. Útil nos casos de diabetes, colesterol elevado. Arteriosclerose, tireóide, hipertensão, asma afecções dos pulmões e doenças de pele. Evitar o chá na lactação.

ALECRIM
Rosmarinusofficinalis: toma-se o chá das folhas para clorose, inapetência, histeria, nervosismo, indigestão, tosses, bronquites e asma. Provoca suor, é depurativo do sangue, tônico para o coração e anti-reumático, é usado também para banhos de pele e do cabelo e para caspa.

ALFAZEMA
Bronquite, asma, afecções do fígado e baço, nervosismo, regulador da menstruação. Obs. em altas doses pode ser depressiva, causando sonolência. Não deve ser usado por quem tem úlcera.

ARNICA
Aplicar compressas em traumatismos, ferimentos e machucaduras. Tomar em nevralgias, coqueluches e hemorragias das vias respiratórias.

ARRUDA
Ruta graveolens: a arruda contém propriedades tóxicas. Evitar na gravidez. É normalizadora do ciclo menstrual. Boa para dor de cabeça, dor de dente e de ouvido (amassar um galhinho com um pouco d’água, ou um chumaço de algodão junto ao ouvido ou no dente). Também para gases, incontinência da urina, fraqueza dos vasos sangüíneos, calmante e como antiinfecciosa. Para ressacas, embriaguês e indigestão.

BABOSA
Aloe vera: toma-se em jejum durante uma semana para males do fígado, icterícia, prisão de ventre, bílis e estômago. O sumo triturado com mel é usado para bronquites e certos tipos de câncer. O uso interno deve ser evitado para gestantes, por quem sofre dos ovários, bexiga, hemorróidas e rins. Usa-se o líquido externamente para reumatismo, varizes, hemorróidas , doenças da pele, tumores, queimaduras e para prevenir rugas e flacidez. Embeleza e fortalece o cabelo, evitando a queda e a caspa.

BOLDO
Falso boldo – Coleeus barbatus: o chá das folhas é usado para problemas digestivos, do fígado, estômago, intestino e azia. Serve para curar a ressaca por excesso de bebida. Aplicado externamente também combate o reumatismo, a hidropsia e problemas de pele. Boldo-graudo – Vernonia condensata: o chá de uma ou duas folhas por xícara, em decocção ou infusão se usa para distúrbios do fígado, para bílis, vesícula, contra dores de cabeça e ressacas alcoólicas.

CALÊNDULA
Antiabortivo, fortalece o útero, cicatrizante de frieiras, queimaduras e alergias, anti-séptico e antiespasmódico, verrugas, brotoejas, acnes e artritismo.

CAMOMILA
Digestivo, tônico estomacal, inapetência e cólicas. Obs.: Grávidas e em lactação devem evitar o uso.

CAPIM- LIMÃO
Cymbopogon citratus: o chá é usado como digestivo, para gases, reumatismo e dores nos músculos, como calmante, nas ansiedades, para baixar a febre e provocar suor. Abaixa a pressão.

CATUABA
Tônico sexual, sono agitado, estimulante, apariente, esgotamento e fraqueza em geral.

CARQUEJA
Baccharis crispa: o chá das raízes é diurético, indicado para combater azias, males do fígado, sinusites, doenças da pele e venéreas.

CONFREI
Sinphytum officinale: usado internamente possui várias propriedades mas limita-se ao uso externo das folhas, sua inclusão em formulações de medicamentos é proibida no Brasil, necessitando ainda muitas pesquisas em seres humanos. Os rizomas secados ao sol são indicados para cicatrização de feridas e fraturas, para rachaduras na pele, nos seios, no ânus, para lavar feridas varicosas, úlceras, queimaduras, psoríase e outras inflamações.

ENDRO
Estomático, combate a acidez, digestivo, evita cólicas intestinais, inflamações da boca e da garganta, soluços.

ERVA CIDREIRA
Antiespasmódico, digestivo, sedativo para crises nervosas. Insônia e má circulação.

ERVA-DOCE
Calmante, antiespasmódica, digestivo e contra gases.

ESPINHEIRA SANTA
Analgésico, desinfetante, depurativo do sangue, combate azia, acne e doenças da pele. Obs.: Pode reduzir a produção de leite.

FUNCHO
Digestivo, combate gases, dores do estômago, infecções das vias urinárias. Obs.: Em altas doses pode ser convulsivo.

GUACO
Tosse, gripe, cicatrizante, calmante em geral. Obs.: Em altas doses pode causar taquicardia, vômito e diarréia. É desaconselhavel para crianças com menos de 1 ano e mulheres menstruadas.

GENGIBRE
Zingiber officinalis: a raiz é usada em infusão para casos de gripe, resfriados, tosses, catarro, rouquidão, bronquite e afonia, para fraqueza do estômago, cólicas e gases presos. Também com a raiz faz-se compressas para dores reumáticas e nevralgias.

HORTELÃ
Mentha spp: digestão, gases, cólicas, náuseas, como calmante dos nervos, insônia, para bílis, amarelão e como expectorante. O sumo das folhas pode ser aplicado com algodão em nevralgias, dores de dente e de cabeça, picadas de insetos, e tomados durante vários dias com mel funciona como vermífugo.

JAMBOLÃO
Contra diabetes, tosse, catarro e prisão de ventre.

LARANJEIRA
Citrus aurantiu: a flor da laranjeira em maceração tem função contra espasmos, nervosismo e insônia e com mel aplicada no rosto, funciona como antiinflamatória e bactericida, livrando a pele de impurezas. As folhas também são calmantes e combatem a insônia, febres, gripes e resfriados. O bagaço e a parte branca cura a prisão de ventre. Comer laranja em jejum estimula as funções do fígado e da bilis. Previne as doenças degenerativas por falta de vitamina C e ajuda na assimilação do cálcio.

LOSNA
Vermífugo, menstruação difícil, cólicas menstruais, fortalece o estômago, fígado e rins.

LOURO
Eczemas, picada de inseto, nevralgias, gases, bronquite, insônia, prisão de ventre.

MAÇÃ
Rica em vitaminas, diurético, desintoxicante, refrescante, regulador do intestino.

MACELA
Tônico amargo, males do estômago e perturbações gástricas.

MALVA
Malva parviflora: os vários tipos de malva, raiz e folhas, servem para qualquer tipo de infecção, de inflamação: boca, garganta, laringe faringe, olhos, ouvidos, estômago, úlceras, rins, bexiga, ovários, nervos, hemorróidas, para mau hálito, em picadas de insetos e como cicatrizante.

MANJERONA
Origanum majorana: as folhas trituradas com banha ou óleo, aplicadas em cataplasma na barriga das crianças, ajuda a expelir os gases e acalma as cólicas, aplicadas no nariz desprendem o catarro. O mesmo procedimento para dores reumáticas. Como tempero facilita a digestão, abre o apetite e evita gases e cólicas.

MANJERICÃO
Diurética, tônica, cólicas intestinais, amigdalite, faringite, estomatite.

MARACUJÁ
Calmante, age conta a insônia. Desinfetante.

MELISSA
Calmante, sonífero, afecções do estômago.

PATA-DE-VACA
Diurética, males dos rins e diabetes.

POEJO
Flatulência, enjôo, tosse, rouquidão, tônico do sistema nervoso.

QUEBRA-PEDRA
Phyllanthusnururi: as folhas em infusão, 3 xícaras ao dia, servem para eliminar cálculos renais, para problemas de inflamação dos rins, bexiga e fígado, vesícula, ácido úrico, amarelão (hepatite) e diabete. Podem ser usadas folhas e flores.

SALVIA
Salvia officinalis: além de tempero serve para o corpo e a mente. Usam-se as folhas e flores. Combate depressão, fraqueza, diabete, colesterol, males da menopausa, dificuldade de digestão, menstruação dolorosa, tosse e catarros; é estimulante, analgésica, antiinflamatória e tônica em geral. Clareia e limpa os dentes com as folhas, alivia o mau hálito, escurece os cabelos e provoca excesso de suor. Em gargarejo serve para aftas, gengivites, inflamação da garganta e laringite. Não aconselhável na lactação e gestação.

SABUGUEIRO
Provoca suor nas gripes, sarampo e varíola, Elimina ácido úrico, cálculos renais, toxinas em geral, depurando o sangue.

SALSAPARRILHA
Depurativo do sangue, diurética, sudorífica, antinflamatória, combate gota e reumatismo, auxiliar da digestão, aumenta o apetite.

SAMAMBAIA
Hérnias, úlceras, varizes.

SENE
Purgativo, laxativo, depurativo, deve ser usado com moderação.

TANCHAGEM, Tansagem
Plantago major: usam-se as folhas, sementes e raiz. Ação antiinflamatória, cicatrizante, diurética, tônica e depurativa, indicada para limpeza das vias respiratórias (fumantes), gripes, como expectorante, diarréias, inflamações nos rins e estômago. Em gargarejos funciona como antibiótica, bactericida e antiinflamatória para a garganta, ouvidos, em casos de gengivite, piorréia, laringite, amigdalite, lavagem de feridas, tumores, doenças da pele, infecções nas partes genitais, dores no bico dos seios e inflamação dos olhos.

URTIGA
Gota, afecções da pele, úlcera, feridas, erisipela, afta, queda de cabelo, picadas. Obs.: As sementes são tóxicas.


Fonte (Blog Cantinho Gaúcho)

Vamos Estudar 6.º Capitulo 2.ª Parte

Capitulo 6.º A Revolução Farroupilha - Parte 2.
Continuação...



Bento Gonçalves da Silva

      Líder da Revolução Farroupilha, nasceu em 23 de setembro de 1788 em Triunfo. Iniciou a carreira militar em 1811, casou-se com Caetana Garcia em 1814, e em 1817 foi nomeado Capitão de Guerrilhas. Durante a Revolução, no ano de 1836, logo após o famoso Combate da ilha do Fanfa, foi preso e enviado ao presídio na Bahia e trancafiado no Forte de São Marcelo e Nossa Senhora do Pódulo. Escapou da prisão de modo triunfal regressando ao Rio Grande do Sul e assumindo,em 1837, o cargo de Presidente da Republica Rio-Grandense. Após o fim da guerra, Bento Gonçalves voltou a Camaquã para criar gado. Morreu em 18 de julho de 1847 de tifo e seus restos mortais foram levados para o Rio Grande em 1900 para serem depositados num monumento em sua homenagem.




Antonio de Souza Netto 

        Foi um dos mais importantes comandantes farroupilhas, tendo sua Brigada de Lanceiros Negros um respeitável tento da Revolução Farroupilha. Após sair vencedor da  Batalha do Seivalproclamou a Republica. Transitava livremente tanto no RioGrande do Sul como no Uruguai, onde também tinha terras. Homem de confiança de Bento Gonçalves, Netto não se conformou com o fim da Revolução e se exilou no Uruguai. Faleceu durante a Guerra do Paraguai, em Corrientes.



David Canabarro

       Foi um dos principais comandantes da Revolução, liderou junto a G. Garibaldi a expedição a Laguna, liderando ainda o exército farroupilha na ultima fase do conflito, representando ainda a Republica no tratado de paz. Participou ainda  da Invasão da Banda Oriental em 1811 e até da Guerra do Paraguai.





Giuseppe Garibaldi

       Nascido em Nice a 4 de julho de 1807, na época pertencente a Itália, tendo sua origem em uma família de pescadores começou a  trabalhar como marinheiro e sofreu influencia de Giuseppe Mazzini, líder do Risorgimento, movimento nacionalista de unificação da Itália. Exilando-se em Marselha, seguiu em 1835 para o Rio de Janeiro e depois para o Rio Grande onde lutou na Revolução Farroupilha e se tornou Mestre de Guerrilha. Casou-se com Ana Maria Ribeiro da Silva, que deixou o ex-marido  para lutar ao lado deGiuseppe na revolução. Ana agora Anita Garibaldi destacou-se pela bravura participando de todas batalhas, Ambos junto ao primogênito,  regressaram a tália em 1848 onde lutaram nas batalhas de independência contra os austríacos, sendo morta em batalha , Anita Garibaldi torna-se a “Heroína dos Dois Mundos” admirada no Brasil e idolatrada na Itália. Giuseppe Garibaldi comandou ainda osfamosos “Camisas Vermelhas” (1860-1861) usando de técnicas adquiridas na Revolução Farroupilha. conquistou a Sicília e o  reino de Nápoles. Em 1874 elegeu-se deputado do parlamento Italiano. Morreu em Capri em 2 de junho de 1882.


“Este passado da minha vida no Rio Grande se imprime em minha memória
como algo de sobrenatural, de mágico, de  verdadeiramente romântico. Eu vi corpos
de tropas mais numerosos, batalhas maisdisputadas, mas nunca vi, em nenhuma
parte, homens mais valentes, nem cavaleiros mais brilhantes do que os da bela
cavalaria rio-grandense, em cujas filas principiei a desprezar o  perigo e a combater
dignamente pela causa das gentes.(...)”.

    Trecho da carta que Garibaldi escreveu em Matua, Itália, anos após a Guerra Farroupilha ao Comandante Farrapo Domingos José de Almeida.




Próximo Capitulo 7 (A formação do gaúcho) aguardem...