quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Caverá

 
 
Caverá
 
O Caverá é uma região na fronteira-oeste do Rio Grande do Sul, ouriçada de cerros, que se estende entre Rosário do Sul e Alegrete. Na Revolução de 1923, entre os maragatos (os revolucionários) e os chimangos (os legalistas) o Caverá foi o santuário do caudilho maragato Honório Lemes, justamente apelidado "O Leão do Caverá".

Diz a lenda que a região, no passado, era território de uma tribo dos Minuanos, índios bravios dos campos, ao contrário dos Tapes e Guaranis gente mais do mato. Entre esses Minuanos, destacava-se a figura de Camaco, guerreiro forte e altivo, mas vivendo uma paixão não correspondida por Ponaim, a princesinha da tribo, que só amava a própria beleza...

Os melhores frutos de suas caçadas, os mais valiosos troféus de seus combates, Camaco vinha depositar aos pés de Ponaim, sem conseguir dela qualquer demonstração de amor.

Um dia, achando que lhe dava uma tarefa impossível, Ponaim disse que só se casaria com Camaco se ele trouxesse a pele do Cervo Berá para forrar o leito do casamento. O Cervo Berá era um bicho encantado, com o pelo brilhante - daí o seu nome. O mato era dele: Caa-Berá, Caaverá, Caverá, finalmente.

Então Camaco resolveu caçar o cervo encantado. Montando o seu melhor cavalo, armado com vários pares de boleadeiras, saiu a rastrear, dizendo que só voltaria depois de caçar e courear o Cervo Berá.

Depois de muitas luas, num fim de tarde ele avistou a caça tão procurada na aba do cerro. O cervo estava parado, cabeça erguida, desafiador, brilhando contra a luz do sol morrente. Sem medo, Camaco taloneou o cavalo, desprendeu da cintura um par de boleadeiras e fez as pedras zunirem, arrodeando por cima da cabeça. Então, no justo momento em que o Cervo Berá deu um salto para a frente quando o guerreiro atirou as Três Marias, houve um grande estouro no cerro e uma cerração muito forte tapou tudo. Durante três dias e três noites os outros índios campearam Camaco e seu cavalo, mas só acharam uma grande caverna que tina se rasgado na pedra dura do cerro e por onde, quem sabe, Camaco e seu cavalo tinham entrado a galope atrás do Cervo Berá para nunca mais voltar.
 
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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

São Sepé e Casa de MBororé

São Sepé
Sepé era um índio valente e bom, que lutou contra os estrangeiros para defender a terra das missões. Ele era predestinado por Deus e São Miguel: tinha nascido com um lunar na testa. Nas noites escuras ou em pleno combate, o lunar de Sepé brilhava, guiando seus soldados missioneiros. Quando ele morreu, vencido pelas armas e o número de portugueses e espanhóis, Deus Nosso Senhor retirou de sua testa o lunar, que colocou no céu do pampa para ser o guia de todos os gaúchos - é o Cruzeiro do Sul.
 
 
Casa de MBororé
A lenda da Casa de MBororé (Missões)
      No tempo dos Sete Povos das Missões, havia um índio velho muito fiel aos padres jesuítas, chamado MBororé. Com a chegada dos invasores portugueses e espanhóis, os padres precisaram fugir levando em carretas os tesouros e bens que pudessem carregar. Assim, amontoaram o muito que não podiam levar consigo – ouro, prata, alfaias, jóias, tudo!- e construíram ao redor uma casa branca, sem porta e sem janela. Para evitar a descoberta da casa pelo inimigo e o conseqüente saqueio, deixaram o velho índio fiel MBororé cuidando, com ordens severas de só entregar o tesouro quando os jesuítas voltassem às Missões.
Mas os jesuítas nunca mais voltaram. Com o passar dos anos, o velho índio morreu e o tempo foi marcando tudo, deixando as ruínas de pé como as cicatrizes de um sonho que acabou. Acabou? Não. A Casa de MBororé continua lá num mato das Missões, imaculadamente branca, cuidada pela alma do índio fiel que ainda espera a volta dos jesuítas.
Às vezes, algum mateiro –lenhador ou caçador- dá com ela, de repente, num campestre qualquer. Imediatamente dá-se conta de que é a Casa de MBororé, cheia de tesouros. Resolve então marcar bem o local para voltar com ferramentas e abrir a força a casa que não tem porta nem janela. Guarda bem o lugar na memória pelas árvores tais e tais, pela direção do sol e coisas assim. Sai, volta com ferramentas, só que nunca mais acha de novo a Casa Branca de MBororé, sem porta e sem janela.”
 
Próxima Lenda: Caverá
 
 
 
 
 

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A Salamanca do Jarau

A Salamanca do Jarau

No tempo dos padres jesuítas, existia um moço sacristão no Povo de Santo Tomé, na Argentina, do outro lado do rio Uruguai. Ele morava numa cela de pedra nos fundos da própria igreja, na praça principal da aldeia.
Ora, num verão mui forte, com um sol de rachar, ele não conseguiu dormir a sesta. Vai então, levantou-se, assoleado e foi até a beira da lagoa refrescar-se. Levava consigo uma guampa, que usava como copo.
Coisa estranha: a lagoa toda fervia e largava um vapor sufocante e qual não é a surpresa do sacristão ao ver sair d'água a própria Teiniaguá, na forma de uma lagartixa com a cabeça de fogo, colorada como um carbúnculo. Ele, homem religioso, sabia que a Teiniaguá - os padres diziam isso!- tinha partes com o Diabo Vermelho, o Anhangá-Pitã, que tentava os homens e arrastava todos para o inferno. Mas sabia também que a Teiniaguá era mulher, uma princesa moura encantada jamais tocada por homem.
Aquele pelo qual se apaixonasse seria feliz para sempre.
Assim, num gesto rápido, aprisionou a Teiniagá na guampa e voltou correndo para a igreja, sem se importar com o calor. Passou o dia inteiro metido na cela, inquieto, louco que chegasse a noite.
Quando as sombras finalmente desceram sobre a aldeia, ele não se sofreu: destampou a guampa para ver a Teiniaguá. Aí, o milagre: a Teiniaguá se transformou na princesa moura, que sorriu para ele e pediu vinho, com os lábios vermelhos. Ora, vinho só o da Santa Missa. Louco de amor, ele não pensou duas vezes: roubou o vinho sagrado e assim, bebendo e amando, eles passaram a noite.
No outro dia, o sacristão não prestava para nada. Mas, quando chegou a noite, tudo se repetiu. E assim foi até que os padres finalmente desconfiaram e numa madrugada invadiram a cela do sacristão. A princesa moura transformou-se em Teiniaguá e fugiu para as barrancas do rio Uruguai, mas o moço, embriagado pelo vinho e de amor foi preso e acorrentado.
Como o crime era horrível - contra Deus e a Igreja! - foi condenado a morrer no garrote vil, na praça, diante da igreja que ele tinha profanado.
No dia da execução, todo o Povo se reuniu diante da igreja de São Tomé. Então, lá das barrancas do rio Uruguai a Teiniaguá sentiu que seu amado corria perigo. Aí, com todo o poder de sua magia, começou a procurar o sacristão abrindo rombos na terra, um valos
enormes, rasgando tudo. Por um desses valos ela finalmente chegou à igreja bem na hora em que o carrasco ia garrotear o sacristão. O que se viu foi um estouro muito grande, nessa hora, parecia que o mundo inteiro vinha abaixo, houve fogo, fumaça e enxofre e tudo afundou e tudo desapareceu de vista. E quando as coisas clarearam a Teiniaguá tinha libertado o sacristão e voltado com ele para as barrancas do rio Uruguai.
Vai daí, atravessou o rio para o lado de cá e ficou uns três dias em São Francisco de Borja, procurando um lugar afastado onde os dois apaixonados pudessem viver em paz. Assim, foram parar no Cerro do Jarau, no Quaraim, onde descobriram uma caverna muito funda e comprida. E lá foram morar, os dois.
Essa caverna, no alto do Cerro, ficou encantada. Virou Salamanca, que quer dizer "gruta mágica", a Salamanca do Jarau. Quem tivesse
coragem de entrar lá, passasse 7 Provas e conseguisse sair, ficava com o corpo fechado e com sorte no amor e no dinheiro para o
resto da vida.
Na Salamanca do Jarau a Teiniaguá e o sacristão se tornaram os pais dos primeiros gaúchos do Rio Grande do Sul. Ah, ali vive
também a Mãe do Ouro, na forma de uma enorme bola de fogo. Às vezes, nas tardes ameaçando chuva, dá um grande estouro numa
das cabeças do Cerro e pula uma elevação para outra. Muita gente viu.
 
 
Proximas Lendas: São Sepé e Casa de MBororé

 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O Negrinho do pastoreio




O Negrinho do pastoreio
Naquele tempo os campos ainda eram abertos, não havia entre eles nem divisas nem cercas; somente nas volteadas se apanhava a gadaria xucra e os veados e as avestruzes corriam sem empecilhos...
Era uma vez um estancieiro, que tinha uma ponta de surrões cheios de onças e meias-doblas e mais muita prataria;. porém era muito cauíla e muito mau, muito.
Não dava pousada a ninguém, não emprestava um cavalo a um andante; no invemo o fogo da sua casa não fazia brasas; as geadas e o minuano podiam entanguir gente, que a sua porta não se abria; no verão a sombra dos seu umbus só abrigava os cachorros; e ninguém de fora bebia água das suas cacimbas.
Mas também quando tinha serviço na estância, ninguém vinha de vontade dar-lhe um ajutório; e a campeirada folheira não gostava de conchavar-se com ele, porque o homem só dava para comer um churrasco de tourito magro; farinha grossa e erva-caúna e nem um naco de fumo... e tudo, debaixo de tanta somiticaria e choradeira, que parecia que era o seu próprio couro que ele estava lonqueando...
Só para três viventes ele olhava nos olhos: era para o filho, menino como uma mosca, para um bafo cabos- negros, que era o seu parelheirode confiança, e para um escravo, pequeno ainda, muito bonitinho e preto como carvio e a quem todos chamava somente o - Negrinho
. A este não -deram padrinhos nem nome; por isso o Negrinho se dizia afiIhado da Virgem, Senhora Nossa, que é a madrinha de quem não a tem.
Todas as madrugadas o Negrinho galopeava o parelheiro baio; depois conduzia os avios do chimarrão e à tarde sofria os maus tratos do menino, que o judiava e se ria.
Um dia, depois de muitas negaças, o estancieiro atou carreira com um seu vizinho. Este queria que a parada fosse para os pobres; o outro que não, que não? que a parada devia ser do dono do cavalo que ganhasse. E trataram: o tiro era trinta quadras, a parada, mil onças de ouro.
No dia aprazado, na concha da carreira havia gente como em festa de santo grande.
Entre os dois parelheiros a gauchada não sabia se decidir, tão perfeito era e bem lançado cada um dos animais. Do baio era fama que quando corria, corria tanto, que o vento assobiava-lhe nas crinas; tanto, que só se ouvia o barulho, mas não se Ihe viam as patas baterem no chão... E do mouro era voz que quanto mais cancha, mais aguente, e que desde a largada ele ia ser como um laço que se arrebenta...
As parcerias abriram as guaiacas, e aí no mais já se apostavam aperos contra rebanhos e redomões contra lenços.
- Pelo baiol Luz e doble!...
- Pelo mourol Doble e luz!...
Os corredores fizeram as suas partidas à vontade e depois as obrigadas; e quando foi na última, fizeram ambos a sua senha e se convidaram. E amagando o corpo, de rebenque no ar, largaram, os parelheiros meneando cascos, que parecia uma tormenta...
- Empate! Empate! gritavam os aficionados ao longo da cancha por onde passava a parelha veloz, compassada como uma colhera.
- Valha-me a Virgem madrinha, Nossa Senhora! gemia o Negrinho. Se os sete-léguas perde, o meu senhor me mata! Hip! hip! hip!...
E baixava o rebenque, cobrindo a marca do baio.
- Se o corta-vento ganhar é só para os pobres!... retrucava o outro corredor. Hip! hip!
E cortava as esporas no mouro.
Mas os fletes corriam, compassados como numa colhera. Quando foi na última quadra, o mouro vinha arrematado e o baio vinha aos tirões.., mas sempre juntos, sempre emparelhados.
E as duas braças da raia, quase em cima do laço, o baio assentou de supetão, pós-se em pé e fez uma cara-volta, de modo que deu ao mouro tempo mais que preciso para passa, ganhando de luz aberta! E o Negrinho, de em um ginetaço.
- Foi mau jogo! gritava o estancieiro.
- Mau jogo! secundavam os outros da sua parceria.
A gauchada estava dividida no julgamento da carreira; mais de um torena coçou o punho da adaga, mais de um desapresilhou a pistola, maisn de um virou as esporas para o peito de pé... Mas o juiz, que era um velho do tempo da guerra de Sepé-Tiarajú, era um juiz macanudo, que já tinha visto muito mundo. Abanando a cabeça branca sentenciou, para todos ouvirem:
- Foi na le! A carreira é de parada morta; perdeu o cavalo baio, ganhou o cavalo mouro. Quem perdeu, que pague. Eu perdi cem gateadas; quem as ganhou venha.buscá-las. Foi na lei!
Não havia o que alegar. Despeitado e furioso, o estancieiro pagou a parada, à vista de todos, atirando as mil onças de ouro sobre o poncho do seu contrário, estendido no chão.
E foi um alegrão por aqueles pagos, porque logo o ganhador mandou distribuir tambeiros e leiteiras, côvados de baeta e baguais e deu o resto, de mota, ao pobrerio. Depois as carreiras seguiram com os changueiritos que havia.
O estancieiro retirou-se para a sua casa e veio pensando, pensando, calado, em todo o caminho. A cara dele vinha lisa, mas o coração vinha corcoveando como touro de banhado laçado a meia espalda... O trompaço das mil onças tinha-lhe arrebentado a alma.
E conforme apeou-se, da mesma vereda mandou amarrar o Negrinho pelos pulsos a um palanque e dar-lhe, dar-lhe uma surra de relho.
Na madrugada saiu com ele e quando chegou no alto da coxilha falou assim:
- Trinta quadras. tinha a cancha da carreira que tu perdeste: trinta dias ficará aqui pastoreando a minha tropilha de trinta tordilhos negros... O baio fica de piquete na soga e tu ficas de estaca!
O Negrinho começou a chorar, enquanto os cavalos iam pastando.
Veio o sol, veio o vento, veio a chuva, veio a noite. O Negrinho, varado de fome e já sem força nas mãos, enleou a soga num pulso e deitou-se encostado a um cupim.
Vieram então as corujas e fizeram roda, voando, paradas no ar, e todas olhavam-no com os olhos reluzentes, amarelos na escuridão. E uma piou e todas piaram, como rindo-se dele, paradas no ar, sem barulho nas asas.
O Negrinho tremia, de medo... porém de repente pensou na sua madrinha Nossa Senhora e sossegou e dormiu.
E dormiu. Era já tarde da noite, iam passando as estrelas; o Cruzeiro apareceu, subiu e passou; passaram as Três-Marias; a estrela-d'alva subiu... Então vieram os guaraxains ladrões e farejam o Negrinho e cortaram a guasca da sogra. O bafo sentindo-se solto rufou a galope, e toda a tropilha com ele, escaramuçando no escuro e desguaritando-se nas canhadas.
O tropel acordou o Negrinho; os guaraxains fugiram, dando berros de escárnio.
Os galos estavam cantando, mas nem o céu nem as barras do dia se enxergava: era a cerração que tapava tudo.
E assim o Negrinho perdeu o pastoreio. E chorou.
O menino maleva foi lá e veio dizer ao pai que os cavalos não estavam. O estancieiro mandou outra vez amarrar o Negrinho pelos pulsos a um palanque e dar-lhe, dar-lhe uma surra de relho.
E quando era já noite fechada ordenou-lhe que fosse campear o perdido. Rengueando, chorando e gemendo, o Negrinho pensou na sua,madrinha Nossa Senhora e foi ao oratório da casa, tomou o coto de vela aceso em frente da imagem e saiu para o campo.
Por coxilhas e canhadas, na beira dos lagoões, nos paradeiros e nas restingas, por onde o Negrinho ia passando, a vela benta -ia pingando cera no chão: e de cada pingo nascia uma nova luz, e já eram tantas que clareavarn tudo. O gado ficou deitado, os touros não escarvaram a terra e as manadas xucras não dispararam... Quando os galos estavam cantando, como na véspera, os cavalos relincharam todos juntos. O Negrinho montou no baio e tocou por diante a tropilha, até a coxilha que o seu senhor Ihe marcara.
E assim o Negrinho achou o pastoreio. E se riu...
Gemendo, gemendo; o Negrinho deitou-se encostado ao cupim e no mesmo instante apagamm-se as luzes todas; e sonhando com a Virgem, sua madrinha, o Negrinho dormiu. E não apareceram nem as corujas agoureiras nem os guaraxúns ladrões; porém pior do que os bichos maus, ao clarear o dia veio o menino, fiIho do estancieiro e enxotou os cavalos, que se dispersaram, disparando campo afora, retouçando e desguaritando-se nas canhadas.
O tropel acordou o Negrinho e o menino maleva foi dizer ao seu pai que os cavalos não estavam lá...
E assim o Negrinho perdeu o pastoreio. E chorou...
O estancieiro mandou outra vez amarrar o Negrinho pelos pulsos, a um palanque e dar-lhe, dar-Ihe uma surra de relho... dar-lhe até ele não mais chorar nem bulir, com as carnes recortadas, o sangue vivo escorrendo do corpo... O Negrinho chamou pela Virgem sua madrinha e Senhora Nossa, deu um suspiro triste, que chorou no ar como uma música, e pareceu que morreu...
E como já era de noite e para não gastar a enxada em fazer uma cova, o estancieiro mandou atar o corpo do Negrinho na panela de um formigueiro, que era para as formigas devorarem-Ihe a carne e o sangue e os ossos... E assanhou bem as formigas; e quando elas, raivosas, cobriram todo o corpo do Negrinho e começaram a trincá-lo, é que então ele se foi embora, sem olhar para trás.
Nessa noite o estancieiro sonhou que ele era ele mesmo, mil vezes e que tinha mil filhos e mil negrinhos, mil cavalos baios e mil vezes mil onças de ouro.., e que tudo isto cabia folgado dentro dem um formigueiro pequeno...
Caiu a serenada silenciosa e molhou os pastos, as asas dos pássaros e a casca das frutas.
Passou a noite de Deus e veio a manhã e o sol encoberto. E três dias houve cerração forte, e três noites o estancieiro teve o mesmo sonho.
A peonada bateu o campo, porém, ninguém achou a tropilha e nem rastro.
Então o senhor foi ao formigueiro, para ver o que restava do corpo do escravo.
Qual não foi o seu grande espanto, quando chegado perto, viu na boca do formigueiro o Negrinho de pé, com a pele lisa, perfeita, sacudindo de si as formigas que o cobriam ainda!...
O Negrinho, de pé, e ali ao lado, o cavalo baio e ali junto, a tropilha dos trinta tordilhos.., e fazendo-lhe frente, de guarda ao mesquinho, o estancieiro viu a madrinha dos que não a têm, viu a Virgem, Nossa Senhora, tão serena, pousada na terra, mas mostrando que estava no céu...
Quando tal viu, o senhor caiu de joelhos diante do escravo.
E o Negrinho, sarado e risonho, pulando de em pêlo e sem rédeas, no baio, chupou o beiço e tocou a tropilha a galope.
E assim o Negrinho pela última vez achou o pastoreio. E não chorou, e nem se riu.
Correu no vizindário a nova dó fadário e da triste morte do Negrinho, devorado na panela do formigueiro.
Porém logo, de perto e de longe, de todos os rumos do vento, começaram a vir notícias de um caso que parecia um milagre novo...
E era, que os posteiros e os andantes, os que dormiam sob as palhas dos ranchos e os que dormiam na cama das macegas, os chasques que cortavam por atalhos e os tropeiros que vinham pelas estradas, mascates e carreteiros, todos davam notícia - da mesma hora - de ter visto passa, como levada em pastoreio, uma tropilhade tordilhos, tocada por um Negrinho, gineteando de em pêlo, em um cavalo baio!...
Então, muitos acenderam velas e rezaram o Padre-nosso pela alma do judiado. Daí por diante, quando qualquer cristão perdia uma cousa, o que fosse, pela noite velha o Negrinho campeava e achava, mas só entregava a quem acendesse uma vela, cuja luz ele levava para pagar a do altar da sua madrinha, a Virgem, Nossa Senhora, que o remiu e salvou e deu-lhe uma tropilha, que ele conduz e pastoreia, sem ninguém ver.
Todos os anos, durante três dias, o Negrinho desaparece: está metido em algum formigueiro grande, fazendo visita às formigas, suas amigas; a sua tropilha esparrama-se; e um aqui, outro por lá, os seus cavalos retouçam nas manadas das estâncias. Mas ao nascer do so do terceiro dia, o baio relincha perto do seu ginete; o Negrinho monta-o e vai fazer a sua recolhida; é quando nas estâncias acontece a disparada das cavalhadas e a gente olha, olha, e não vê ninguém, nem na ponta, nem na culatra.
Desde então e ainda hoje, conduzindo o seu pastoreio, o Negrinho, sarado e risonho, cruza os campos, corta os macegais, bandeia as restingas, desponta os banhados, vara os arroios, sobe as coxilhas e desce às canhadas. O Negrinho anda sempre à procura dos objetos perdidos, pondo-os de jeito a serem achados,. pelos seus donos, quando estes acendem um coto de vela, cuja luzele leva para o altar da Virgem Senhora Nossa, madrinha dos que não a têm.
Quem perder suas prendas no campo, guarde esperança: junto de algum moirão ou sob os ramos das árvores, acenda uma vela para o Negrinho do pastoreio e vá lhe dizendo - Foi por aí que eu perdi...
Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi!...
Se ele não achar: ninguém mais.
 
 
Próxima lenda:  A Salamanca do Jarau


domingo, 25 de novembro de 2012

Lendas do Sul

  
 
 
 Apartir de hoje iremos destacar um assunto primordial em nossa cultura "As Lendas do Sul" vamos postar algumas entre elas as principais ou as mais conhecidas de nossa cultura Sul - Riograndese.
 
O que é lenda? Porque o povo conta lendas?
Estas perguntas não são especiosas, ou gratuitas. Bem ao contrário: lendas são parte importante do folclore de um povo, estudá-las é fundamental para o aprofundamento da alma popular. Muitas vezes não conhecemos um grupo social em profundidade sem intimar o seu folclore.
Estudar as lendas, portanto, é fundamental. As lendas são histórias do País contada pelo seu povo.           A lenda  é local e se localiza no tempo obrigatoriamente.
O povo conta lendas para fazer a sua autobiografia, para relatar as suas memória. Trata-se de uma profunda e urgente necessidade de explicar-se. As lendas são assim um depoimento que o povo faz sobre si mesmo e para si mesmo. É como se estivesse diante do espelho. Trata-se, a rigor, de uma confissão e a Igreja descobriu a importância do confessionário muito antes que a Psicanálise descobrisse o divã do analista.
Depor sobre nós mesmos é catártico e o folclore tem a vantagem sobre a mera confissão de ser sempre coletivo. Dá explicações, diz dos porquês, exorciza fantasmas. Um banco forrado de pelego numa roda de mate será sempre mais eficaz que um terapia de grupo, em matéria de resolver os escaninhos da mente popular, embora o Folclore esteja mais próximo de Jung do que de Freud.
 
Texto por: Rodrigo da Rosa Walter - Gilse Morgental Falkembach

 
22 de agosto - Dia do Folclore

Por definição, folclore é o conjunto das tradições, lendas e crenças de um povo cuja expressão se dá através da cultura, linguagem, artesanato, religiosidade, alimentação e vestuário de uma determinada região ou nação. O Brasil é dono de um dos folclores mais ricos do mundo, construído pelos índios, negros e brancos.

O Dia do Folclore foi instituído em 1965, quando o presidente da República, Castello Branco, assinou o Decreto Federal n° 56.747, denominando o dia 22 de agosto como o Dia do Folclore Brasileiro. Dois anos depois, no Estado de São Paulo, em 27 de junho de 1967, o governador do estado, Abreu Sodré, assinou o decreto nº 48.310, instituindo agosto como o Mês do Folclore.

A criação das datas que comemoram o folclore tinha como objetivo resgatar os personagens da mitologia brasileira. Os resultados foram positivos e a prova disso é o Saci, que há pouco tempo ganhou seu próprio dia, comemorado em 31 de outubro.
Texto por : Anselmo Vieira
 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Buenas!!!

Buenas Prendas e Gauchada amiga


          Após um bom tempo sem postar nada hoje retorno a postar, vamos dar uma enfase na carta dos principios hoje estou postando novamente só que desta vez detalhado em seus aspectos conforme informações obtidas pelo o MTG RS, mesmo que se de algum modo não venha ser questão em testes acho eu importante termos conhecimento sobre o assunto.



CRIAÇÃO DA CARTA DE PRINCÍPIOS
Bravos homens idealizaram um movimento de extrema grandeza cultural, mas não imaginavam que suas idéias fossem tão bem aceitas e difundidas rapidamente, que o fizesse grandioso também em número. Isto nada mais fez do que confirmar quão glorioso foi esta idealização. Todo crescimento rápido pode ter conseqüências desastrosas. Além disso, o governo e o exército tinham naquele grupo de jovens certa desconfiança, pois exaltavam a Revolução Farroupilha, seus mentores e conseqüentemente o “20 de setembro”, levando os poderes constituídos a conclusões que pendiam para o lado revolucionário e separatista.
Foi então que Glaucus Saraiva, considerado extremamente inteligente e com a mente de certa forma avançada para a época, se sensibilizou e, por ser muito reservado, fez de forma solitária um documento que, depois de concluído, foi apresentado como sugestão a ser seguido pelos tradicionalistas.
Tal documento foi de extrema importância, fazendo com que o exército o enxergasse com outros olhos, percebendo que o movimento queria andar lado a lado com os governantes. O Conselho Coordenador reconhecendo sua importância para o bom prosseguimento do movimento, decidiu oficializar a Carta de Princípios, que foi aprovada no 8 º Congresso Tradicionalista, realizado na cidade de Taquara, de 20 à 23 de julho de 1961, no CTG O Fogão Gaúcho. A partir deste momento ela começou a ser vista como uma lei a ser cumprida, causando uma certa revolta nos gaúchos, que não aceitavam ser mandados, defendendo a idéia de que gaúcho é macho, não recebe ordens de ninguém e é dono de suas próprias razões.
Dentro do movimento, seus efeitos foram para nortear um rumo a ser seguido, pois na época o que prevalecia eram as contradições, onde cada CTG procurava inclinar-se para seu lado, fazendo com que não existisse unanimidade.
Para o bom funcionamento era necessário e de fundamental importância, um perfeito conhecimento e interpretação da mesma.
Aos poucos os gaúchos foram aceitando-a e começaram a perceber que ela só ajudaria o movimento a crescer e que seu objetivo não era obrigar e sim orientar. Hoje essa carta integra o Regulamento do Estatuto do MTG e é a primeira diretriz aprovada no tradicionalismo. Até os dias de hoje a Carta de Princípios continua, de um certo modo, de conhecimento restrito dentro do movimento, tendo este prospecto sofrido sensíveis alterações nos últimos anos, devido a importância dada pelo MTG, fazendo dela assunto de trabalhos realizados, como este de hoje.
Seguindo as palavras do Senhor Ciro Dutra Ferreira e Vilson de Souza, na época de sua criação um dos objetivos mais importantes foi o art. XI, que trata do respeito as leis e os poderes públicos legalmente constituídos, que fez com que o exército e o governo vissem com outros olhos aquele grupo de jovens. E o mais importante nos dias de hoje é o art. XXIX que valoriza e exalta o homem do campo. E dentro deste item salientou a importância do surgimento dos laçadores urbanos, como exemplo, que trazem para a cidade uma parte da realidade da vida rural.
Em poucas palavras podemos destacar como conclusão final que, através da difusão e preservação da nossa cultura e de nossos valores morais, temos a possibilidade de dar base a uma sociedade harmônica, colaborando assim com o bem coletivo, o progresso e a evolução de um povo que tem como ideal os princípios de Liberdade, Igualdade e Humanidade.
FONTE: 1º FÓRUM TRADICIONALISTA – 40 ANOS DA CARTA DE PRINCÍPIOS
ASPECTOS DA CARTA DE PRINCÍPIOS
A carta de princípios do Movimento Tradicionalista Gaúcho escrita por Glaucus da Fonseca e apresentada, primeiramente, no 7º Congresso Tradicionalista, de 20 a 23 de Outubro de 1960, na cidade de Santo Ângelo, no CTG “20 de Setembro” 3ª RT, tendo sido aceita pelos delegados. Na ocasião, foi nomeada uma comissão para apreciar o conteúdo e apresentá-la por ocasião do próximo Congresso. Assim, com parecer favorável, o documento foi aprovado no 8º Congresso Tradicionalista, de 20 a 23 de outubro de1961, realizado na cidade de Taquara/ 22ª RT, no CTG “Fogo de Chão”. Por deliberação da 11ª Convenção Tradicionalista, realizada no ano de 1977, na cidade de Santana do Livramento, o documento passou a constituir, na sua integra, o Art. 10 do Regulamento do Movimento tradicionalista Gaúcho.
A carta de princípios é a primeira e principal diretriz filosófica do Tradicionalismo, é o documento máximo a nortear e a orientar as atividades do Movimento Tradicionalista Gaúcho, através das Regiões Tradicionalistas e suas entidades filiadas.
Por ocasião do 36º Congresso Tradicionalista Gaúcho, de 10 a 13 de janeiro de 1991, no CTG “Júlio de Castilhos”, na cidade de Júlio de Castilhos/ 9ª RT, Dinara Paixão e Adriana de Rosa Yop apresentaram e aprovaram a proposta de realizar, por ocasião dos 30 anos do legado ideológico, um encontro estadual para estudo e reavaliação da Carta de Princípios do MTG.
O referido aconteceu em Santa Maria, no DT “Querência das Dores” nos dias 12, 13 e 14 de Julho de 1991. Sob a Coordenação de Dinara Paixão, os trabalhos foram divididos em cinco grupos:
→Grupo 1: Aspectos Éticos;
→Grupo 2: Aspectos Cívicos;
→Grupo 3: Aspectos Culturais;
→Grupo 4: Aspectos estruturais;
→Grupo 5: Aspectos Filosóficos.
Dentre outras conclusões, os participantes decidiram aprovar, por unanimidade, que: “ A Carta de Princípios do Tradicionalismo é resultado de um momento de inspiração e qualquer modificação no seu conteúdo, seria destruir seu valor, como símbolo já aceitos a longos anos. É válida ainda hoje, a preocupação é viável a sua implantação no seio Tradicionalista”. (Paixão, 1995, p. 110).
SIGNIFICADO DOS ASPECTOS DO DOCUMENTO
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1- ASPECTOS ÉTICOS
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É a parte da Filosofia e da Teologia, também chamada de Moral, cujo objeto, como ciência, são as leis ideais da verdade moral e, como arte, as regras idôneas para governar, com acerto, a própria vida.
Ética constitui-se na reflexão do comportamento moral dos homens, enquanto vivem na sociedade. É a reflexão, que propõem princípios para a ação. A ação como base nesses princípios, torna-se ética. A moral é a aplicação de princípios ou normas de comportamento humano. Todos os grupos humanos preservam seus valores fundamentais, transformando-os em normas, que devem ser seguidas por todos seus membros. A reflexão ética é o ato de repensar as normas e com estes princípios são aplicados ao comportamento humano devendo elevar e realizar a condição humana e a própria natureza.
Os aspectos éticos da Carta de Princípios são:
Art. 3º- Promover no seio do povo, uma retomada de consciência dos valores morais do gaúcho.
Art. 12- Evitar todas formas de vaidade e personalismo.
Art. 13- Evitar toda e qualquer manifestação individual ou coletiva, movida por interesses subterrâneos de natureza política, religiosa ou financeira.
Art. 14- Evitar atitudes pessoais ou coletivas, que deslustrem e venham em destrimento dos princípios da formação moral do gaúcho.
Art. 15- Evitar que núcleos tradicionalistas adotem nomes de pessoas vivas.
Art. 16- Repudiar, enfim, todas as manifestações e formas negativas de exploração direta ou indireta do Movimento Tradicionalista.
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2- ASPECTOS CÍVICOS
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Civismo não é o simples ensinamento de regras de comportamento, mas é a atuação consciente e esclarecida do cidadão, no seio da comunidade, através do cumprimento dos seus deveres de cidadania e do seu esforço em contribuir para o progresso e engrandecimento de sua Pátria.
A vivência do civismo se processa em círculos concêntricos, cujos perímetros vão desde o lar, passando pela vizinhança, bairro, cidade, país e mundo, abrangendo, em cada um dos círculos, uma série de relações humanas, cada vez mais amplas e mais gerais. É no lar. No seio da família, que começa a ser formado o ser cidadão consciente de seus deveres e dos seus direitos. Somente a educação bem conduzida, formativa ao invés de informativa, pode proporcionar ao indivíduo, condições de discernimento, que lhe permitam vencer a tendência natural ao egoísmo à imitação e á massificação, levando-o a realizar, de maneira mais plena e mais perfeita, a perfeita, à própria personalidade, fermento benéfico, que influirá sobre os outros indivíduos, concorrendo para um melhor nível intelectual, espiritual e moral da humanidade.
São os seguintes itens do aspecto cívico da Carta de Princípios:
Art. 2º- Cultuar e difundir a nossa história, nossa formação social, nosso Folclore, enfim, nossa tradição, como substância basilar de nacionalidade.
Art. 23- Comemorar e respeitar as datas efemérides e vultos nacionais e particularmente, o dia 20 de setembro, como data máxima do Rio Grande do Sul.
Art. 24- Lutar para que seja instituído, oficialmente, o dia do gaúcho, em paridade de condições com o “Dia do Colono” e outros “dias” respeitados publicamente.
Art. 26- Revalidar e reafirmar os valores fundamentais de nossa formação, apontando às novas gerações rumos definidos de cultura, civismo e nacionalidade.
Art. 27- Procurar o despertamento de consciência para o espírito cívico de cada unidade e amor á Pátria.
Art. 29- Buscar, finalmente, a conquista de um Estágio de força social, que lhe dê ressonância nos Poderes Públicos e nas classes rio-grandense para atuar real poderosa e eficientemente, no levantamento dos padrões de moral e de vida do nosso Estado, rumando, fortalecido, para o campo e o homem rural, suas raízes primordiais, cumprindo, assim, sua alta destinação histórica em nossa Pátria.
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3- ASPECTOS CULTURAIS
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Segundo as ciências humanas, cultura tem duplo sentido: um subjetivo e outro objetivo. O sentido subjetivo de cultura, conota a idéia de um alto grau de desenvolvimento das capacidades intelectuais do homem.
No sentido objetivo, cultura refere-se a todo o conjunto de criações, pelas quais o espírito humano marcou sua presença na história. Segundo a objetividade, o termo cultura é um fenômeno essencialmente social, criado pelo grupo, por ele transmitido no tempo, de geração à geração, e difundido no espaço, propiciando as combinações mais ricas e complexas dos fenômenos de aculturação.
São os Seguintes aspectos culturais da Carta de Princípios:
Art. 4º- Facilitar e cooperar com a evolução e o progresso, buscando a harmonia social, criando a consciência do valor coletivo, combatendo o enfraquecimento da cultura comum e a desagregação que daí resultado.
Art. 6º- Preservar nosso patrimônio sociológico representado, principalmente, pelo linguajar, vestimenta, arte culinária, forma de lides e artes populares.
Art. 8º- Estimular e incentivar o processo aculturativo do elemento imigrante e seus descendentes.
Art. 19- Influir na literatura, artes clássicas e populares e outras formas de expressão espiritual de nossa gente, no sentido de que se voltem para os temas nativistas.
Art. 20- Zelar pela pureza e fidelidade de nossos costumes autênticos, combatendo todas as manifestações individuais ou coletivas, que artificializem ou descaracterizem as nossas coisas tradicionais.
Art. 28- Pugnar pela fraternidade e maior aproximação dos povos americanos.
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4- ASPECTOS ESTRUTURAIS
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O indivíduo é um ser eminente social, logo vive em sociedade, onde desempenha uma série de papéis, de funções, junto aos grupos sociais, junto aos grupos permanentes, cujos papéis persistem independentemente de tal ou qual pessoa. Por isso, podemos afirmar que os papéis são mais estáveis, que os próprios ocupantes. Os grupos e os papéis são definidos e delimitados por meio de normas, cuja interação social, não depende só dos padrões normativos, mas podemos dizer que os papéis e grupos de diversos tipos são partes de uma Estrutura Social, na medida em que a estabilidade, regularidade e repetição na interação social se devem a normas sociais, que definem as funções e obrigações dos indivíduos e grupos.
A estrutura social inclui os seguintes elementos:
→ papéis de vários tipos, dentro da sociedade ou dentro de cada grupo, cada papel relacionado com outros, através de normas;
→ grupos de diversos tipos, coordenados entre si por normas reguladoras;
→ normas que dirigem os grupos e papéis;
→ valores culturais.
As normas e valores tendem a se cristalizar em cada sociedade, em sistemas institucionais dotados de certa estabilidade que garantem a sua permanência, não obtendo as modificações eventuais de detalhes que ocorram.
São os seguintes aspectos estruturais da Carta de Princípios:
Art. 1º- Auxiliar o Estado na solução de seus problemas fundamentais e na conquista do bem coletivo.
Art. 11- Acatar e respeitar as leis e os poderes públicos legalmente constituídos, enquanto se mantiverem dentro dos princípios do regime democrático vigente.
Art. 17- Prestigiar e estimular quaisquer iniciativas que, sincera e honestamente, queiram perseguir objetivos correlatos com os do tradicionalismo.
Art. 21- Estimular e amparar as células que fazem parte de seu organismo social.
Art. 22- Procurar penetrar e atuar nas instituições públicas e privadas, principalmente nos colégios e o seio do povo, buscando conquistar para o MTG a boa vontade e a participação dos representantes de todas classes e profissões.
Art. 29- Buscar, finalmente, a conquista de um estágio de força social, que lhe dê ressonância nos Poderes Públicos e nas Classes Rio- grandenses, para atuar real, poderosa e eficientemente, no levantamento dos padrões morais de vida do nosso Estado, rumando fortalecido para o campo e o homem rural, suas raízes primordiais, cumprindo assim, sua alta destinação histórica em nossa Pátria.
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5- ASPECTOS FILOSÓFICOS
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A Filosofia é a ciência geral do conhecimento das coisa por suas causas ou primeiros princípios. É o sistema de princípios, que tem por objeto agrupar uma certa ordem de fatos para explicar, cada um dos sistemas particulares de filosofia; doutrina filosófica.
São os seguintes aspectos filosóficos da Carta de Princípios:
Art. 5º- Criar barreiras aos fatores e idéias, que nos vêm pelos veículos normais de propaganda e que sejam diametralmente opostos ou antagônicos aos costumes e pendores naturais do nosso povo.
Art. 7º- Fazer de cada CTG um núcleo transmissor da herança social e através de reações emocionais etc.; criar, em nossos grupos sociais uma unidade psicológica, com modos de agir e pensar coletivamente, valorizando e ajustando o homem ao meio, para a reação em conjunto frente aos problemas comuns.
Art. 9º- Lutar pelos direitos humanos de liberdade, igualdade e humanidade.
Art. 10- Respeitar e fazer respeitar seus postulados iniciais, que têm como característica essencial absoluta independência de sectarismo político, religioso e racial.
Art. 18- Incentivar, todas formas de divulgação e propaganda, o uso sadio dos autênticos motivos regionais.
Art. 25- Pugnar pela independência psicológica e ideológica do nosso povo. 



Fonte: MTG - RS

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Nota de repudio



NOTA DE REPUDIO
Estou através desta esclarecendo a todos os membros do CTG a qual eu e minha família (em Gravataí 1ªRT) pertencemos que é inverdade e injuria referente ao assunto de EU estar apoiando a ou as chapas de oposição, em momento algum afirmei apoio a quem quer que seja somente comentei chapa boa é aquela que deixar de fora a tropa de cachorros mal agradecidos fofoqueiros que denigre a imagem de nosso amado CTG, sim escutei os pedidos de apoio assim como até explanei a possibilidade de ouvir as proposta a ser apresentado porem não afirmei acordo com ninguém, o que querem que me afaste do CTG. Tão com medo de que meu brilho venha ofuscar a visão deles então queridos usem óculos escuro que continuarei contribuindo com os gestores para o bom convívio e lazer de todos e se eles não continuarem e se de alguma forma minha presença for aceita para o andamento de um trabalho em pro ao meu CTG junto à nova diretoria e de todos podem ter certeza que eu estarei lá, não em nome de uma chapa mais sim em nome e honra de nossas tradições.

Família Paloski